Quem é você quando ninguém está olhando?
(E por que Platão, Freud e Clube da Luta têm a resposta - ou não!)
Você já se olhou no espelho e não reconheceu a pessoa de volta?
Ou acordou de madrugada com aquela pergunta que machuca: “Por que faço o que faço?”
Pois bem… você não está sozinho(a).
Nem eu, nem Sócrates — que morreu por insistir em questionar tudo —, nem Tyler Durden em Clube da Luta, quando gritou: "Você não é seu emprego, nem seu salário, nem sua conta bancária!"
Vamos mergulhar nisso?
(Pausa dramática mental aqui. Respira. Continua lendo.)
PS: Já vou logo avisando que a partir daqui nenhum dos textos irão fazer tanto sentido.
O que move você?
Essa parece fácil.
Pelo menos, eu achava que era.
Se me perguntassem até a metade do ano passado, eu responderia sem hesitar: minha família, meus amigos, meu marido.
Mas aí veio a terapia — e com ela, um turbilhão de perguntas que eu nunca tinha me feito.
Acho que é pra isso que a terapia existe, né?
Pra curar traumas, flexibilizar a rigidez das certezas…
Mas principalmente, pra nos ensinar a questionar.
E é essa palavra que vai nortear esse texto: questionamento.
Quem sou eu quando ninguém está olhando? 👀
Comecei a me perguntar:
Quem é a Vitória sem os traumas dela?
Quem é a Vitória sem a família, os amigos, o marido?
O que ela realmente gosta de fazer — não para agradar os outros, mas por si mesma?
Qual é sua cor favorita? Sua comida? Seu filme?
E de repente, entrei nesse limbo existencial de dúvidas.
Eu posso ter uma ideia hoje e mudar de opinião amanhã?
Preciso ser essa mesma Vitória até os 80 anos, sem mudar uma vírgula?
Preciso ser constante em um mundo tão inconstante? Um mundo que, mesmo sendo cruel, é bonito, grandioso… e cutuca nosso coração todos os dias?
A Caverna de Platão e Minhas Próprias Correntes
Platão dizia que vivemos acorrentados numa caverna, vendo apenas sombras da realidade.
Quantas das minhas "certezas" são só sombras? E quem eu seria sem as correntes que eu mesma coloquei?
(Agora é com você: Qual é a sua caverna hoje? O trabalho? Seu crush? Sua família? A necessidade de agradar?)
Durante muito tempo, minhas amarras foram minha família.
Eu me coloquei um peso que, subjetivamente, era do tamanho de um elefante.
Todas as minhas decisões giravam em torno deles. E, sendo sincera, muitas dessas escolhas me machucaram.
Até que um dia, meu ex-psicólogo (inclusive, saudades do Jésus!) me perguntou:
“Quem é você sem sua família?
Sem tentar resolver os problemas deles?
Sem precisar se matar de trabalhar para mandar dinheiro pra eles?”
Aquilo me atravessou.
Preferia ter levado um soco na cara do que ouvir essas perguntas.
O que mais doeu nem foi ele perguntar. Foi eu não ter as respostas.
(E que fique claro: minha família não tem culpa desse peso. Eu que o carregava sozinha.)
Freud, o "não", e a busca por agradar
Freud falava sobre o Id (nossos desejos mais primitivos) versus o Superego (as regras sociais que internalizamos).
Quantas vezes eu calei minha voz interior só para dizer “sim” aos outros?
Até ano passado, eu tinha uma tremenda dificuldade em dizer “não”.
Sabe por quê?
Na minha cabeça, dizer “não” significava que a pessoa ia deixar de gostar de mim.
Bizarro, né? Mas era real.
Tyler Durden e a pergunta que não quer calar
"Você não é seu emprego.
Nem seu salário.
Nem sua conta bancária."
Então… quem eu sou?
Quem me definiu?
Minha família? Meus medos? Meus posts no Instagram?
Não tenho respostas fáceis.
Mas se hoje, em 2025, você me perguntar o que me move…
Eu diria: eu.
Sim, eu.
Porque se eu não me mover, nada mais se move.
Se eu não estiver disposta, não existe movimento.
Ou será que existe?
Li uma vez num livro (que eu juro que queria lembrar o nome, mas ele sumiu da minha cabeça) que nossos átomos existem desde a origem do universo.
Talvez eu sempre tenha existido.
Talvez eu sempre tenha me questionado.
Será? Ou isso é só uma loucura minha?
Não sei.
Mas sei que esses questionamentos têm me feito amadurecer.
Sinto que uma chavinha virou aqui dentro.
Na minha mente ansiosa, algo começou a girar diferente.
E agora, pela primeira vez, eu me coloco em primeiro lugar.
A Vitória de agora
É muito louco. Eu tenho 26 anos.
E só agora estou aprendendo a descobrir quem é a Vitória sem precisar agradar ninguém.
Estou me redescobrindo no mundo.
Como pode, né?
Uma menina de 1,52m se achar tão gigante…
Querer caber inteira num livro de 360 páginas?
É engraçado.
É bonito.
É confuso.
Mas é real.
E eu sei: a Vitória de hoje não será a mesma de amanhã.
Nem da semana que vem.
Mas quer saber? Eu não tô ligando muito, não.
Seu turno: o grande jogo do autoquestionamento
Vamos fazer um exercício? Responda mentalmente:
Se você perdesse tudo amanhã — nome, dinheiro, relacionamentos — o que sobraria?
Qual personagem de livro/filme você inveja secretamente?
Se sua vida fosse um filme, qual seria o título?
Agora escreva um nome no espaço abaixo: o da pessoa que você acha que deveria ser.
Agora risque.
O que sobrou é você — pelo menos por hoje.
Se esse texto cutucou suas feridas, compartilhe com alguém que também precisa parar de se esconder.
E me conta nos comentários: quem é você quando ninguém está vendo?
Cutucou forte… mas foi a cutucada da certeza: estou fazendo o certo, porque acima de tudo e todos: sempre será EU! Perfeito, amiga. ❤️
Talvez preciso de terapia 🥹! 👏👏